O Ceará possui 364 Bancos e Casas de Sementes Crioulas, segundo mapeamento apresentado na última terça-feira (20) pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Instituto Agropolos e Instituto Veredas da Cidadania para organizações e entidades da sociedade civil, entre elas a Rede Cáritas.
Celebramos e saudamos os parceiros e as parceiras pela realização, atualização e aprofundamento dos dados sobre este rico e essencial trabalho de cuidado, preservação e continuidade das sementes crioulas, realizado por agricultores e agricultoras ao longo de gerações.
A Rede Cáritas se anima ao saber do compromisso assumido pelo secretário Moisés Braz (SDA) em integrar as sementes crioulas na política de fomento produtivo e agroecologia, além da possibilidade de compra e fornecimento de sementes crioulas para o programa Hora de Plantar, conforme prevê a Lei de Incentivo à Formação de Bancos Comunitários de Sementes Crioulas e Mudas (Lei 17.179/20).
“Sabemos que, com o incentivo necessário, as casas de sementes podem aumentar, e muito, sua produção e contribuir para a segurança alimentar de qualidade do nosso povo”, afirma o assessor técnico da Cáritas Regional Ceará, José Santiago.
Para ele, o mapeamento apresentado pela SDA, Agropolos e Veredas é um marco histórico para as sementes crioulas no Ceará, principalmente no que tange à gestão pública e à implementação de políticas. Também marca uma oportunidade para a execução de apoio e políticas públicas que fortaleçam a agricultura familiar e salvaguardem o patrimônio genético das sementes crioulas. Segundo Santiago, um número significativamente maior de iniciativas para a preservação das sementes crioulas no Ceará foi realizado com recursos captados por ONGs e OSCs através da cooperação internacional, em comparação com o apoio nacional.
Ao longo dos anos, diversas pesquisas desse tipo foram realizadas de maneira independente, como os trabalhos da Esplar, do MST e da Fetraece. O número atualizado e, agora, oficial se assemelha ao total de 324 Casas de Sementes levantadas em março de 2020 pela Cáritas Regional Ceará e pelo Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), dado obtido a partir de um diagnóstico sobre 122 Casas de Sementes acompanhadas pela Cáritas, como parte do projeto Tecendo Redes de Solidariedade (Regionalizado), apoiado pela Misereor e complementado por um mapeamento do FCVSA.