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Essa Feira tem História!

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Dona Antonieta é memória viva da XX Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária

Publicação: 06/06/2025


Essa Feira tem História!

Dona Antonieta é memória viva da XX Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária

 

Desde a segunda edição da XX Feira da Agricultura Familiar e Economia Popular Solidária dos territórios de Inhamuns e Crateús, dona Antonieta de Sousa Araújo, moradora da Comunidade de Filomena (Crateús), leva os produtos do seu quintal agroecológico para comercializar. Nesta edição, que acontece nos dias 05 e 06 de Junho de 2025, tem de tudo um pouco: farinha de pipoca, colorau, gordura de porco, torresmo, cocada, castanha, adubo orgânico, jerimum, chouriço, além de polpa de fruta.

Quando fala do evento, ela diz que é de um tempo em que “a gente não acreditava muito que aquele negócio ia dar certo”. Com o passar dos anos tudo mudou e Dona Antonieta virou uma grande incentivadora para que amigos e amigas participem.

Um dos produtos que ela mais vende é a polpa de fruta, mas o processo não é fácil. Ela e a filha colhem as frutas, tiram a polpa e desde que o liquidificador industrial deu problema, ela usa um liquidificador comum mesmo, o que torna o processo mais demorado. Depois ela congela em sacos de 3kg e 5kg e vai usando de acordo com a demanda das feiras que participa.

Os olhos brilham quando a conversa gira em torno do seu quintal. Adora um desafio e se alguém disser que tem fruteira que não vai vingar, aí é que ela planta mesmo. Por lá tem tomate cereja, mamão, limão, banana maçã, goiaba, ata, acerola. A lista é grande. Tudo sem veneno e produzido com muito cuidado e amor pela terra.

Dona Antonieta também é criadora de suínos e ovinos. Quando se trata de assessoria técnica, conta sempre com a ajuda do filho mais velho, que está terminando doutorado na Paraíba e da mais nova, que faz curso técnico em agropecuária no IFCE de Crateús. Quem disse que filhos/as de agricultores/as não se interessam pelo Sertão, não é mesmo?

O rosto demonstra preocupação quando perguntada pelos desafios. Há tempos luta por um poço profundo e já está até aceitando promessas, visto que uma ação concreta não se efetiva.  Transporte para participar das feiras é outra dificuldade grande. Sempre depende de carro de horário. No entanto, o desânimo passa longe. Continua firme e com um sorriso largo diz: “se eu deixar de participar da Feira, eu adoeço”.

 

Zoraia Nunes

Assessora de Comunicação Regional Ceará

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