Em Outubro de 2025 vai fazer 12
anos que Fátima de Melo Chagas trabalha na Cáritas de Crateús. Fatinha, como
todos chamam carinhosamente, cuida da organização da casa e faz maravilhas na
cozinha. Enquanto toma o café da tarde, feito por ela mesma, vai contando um
pouco das muitas histórias desses anos de dedicação.
“O povo me perturba direto. É bom
demais”, diz ela com aquele jeito de mãe que acolhe e cuida. Nada passa
despercebido aos olhos de Fatinha. Avisa que as refeições já estão servidas, diz
onde está a louça, informa que tem café sem açúcar, corre para fazer um ovo se
alguém diz que não come carne.
Durante os dias da XX Feira da
Agricultura Familiar e Economia Solidária a sede da Cáritas Crateús é uma animação
só. Além dos de casa ainda chega gente de vários municípios para ajudar no
evento e para participar da rica programação. Fatinha diz que grita com um,
ajeita outro e assim vai acomodando todo mundo.
Mãe de quatro filhos já adultos,
ela cuida de dois netos e de uma meia irmã que é neurodivergente. A jornada de
trabalho é longa e cansativa. “As oito horas da noite eu começo a dar de
cabeça, mas só durmo mesmo lá pelas dez horas, quando tiro meus netos da
internet e tomo meu remédio da pressão”, relata ela.
Apesar das muitas atividades,
mantém a tranquilidade e o sorriso no rosto. “Amo a Feira. A gente trabalha
muito, mas é gratificante. Todo ano vai melhorando.” A dedicação é reconhecida
por todos/as que tem a oportunidade de conhece-la. Não é raro ouvir alguém
dizendo pelos corredores: Fatinha cuida da gente! E é a mais pura verdade.
Quando a Feira vai chegando perto
do encerramento, a animação vai se misturando com a saudade. Essa mãe, de tanta
gente, diz que já fica na espera do retorno de quem está partindo e que vai
continuar fazendo tudo que está ao seu alcance para receber da melhor forma
possível.
Zoraia Nunes
Assessora de Comunicação do
Regional Ceará