Entre os dias 9 e 10 de março, no Convento das Irmãs Cordimarianas em Caucaia, a rede Cáritas Ceará se reuniu para avaliar o ano de 2021 e planejar as ações para 2022. Motivados pela passagem “Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos" (Gal 6, 9-10), estiveram presentes no evento cerca de 30 agentes das Cáritas Diocesanas, membros do Secretariado Regional e do Conselho Consultivo. O evento teve início com um momento de práticas integrativas onde a equipe se reuniu pela primeira vez desde o início da pandemia. Conduzido por terapeutas do Movimento de Saúde Mental, o momento reforçou a união da equipe e alinhou as expectativas dos participantes para as importantes atividades do encontro.
Seguindo a programação, análises de conjuntura sociopolítica e eclesial foram conduzidas por João Alfredo - ativista, advogado e professor de Direito ambiental - e Regilvania Mateus, teóloga e assessora técnica do Regional Ceará. Sob os eixos do Ver, Julgar e Agir, as análises sinalizaram principalmente questões sobre como resistir e (re)existir em um contexto pandêmico conduzido e agravado pelo projeto necropolítico executado pelo governo federal. “Não é possível falar na conjuntura em relação a pandemia, sem falar em genocídio, o governo retardou a compra das vacinas ao máximo que pôde. Todas as questões de fome, aumento da pobreza, desmonte das políticas sociais, da educação, da saúde e dos órgãos de pesquisas, fazem parte de um projeto, de um anti-governo”, apontou João Alfredo.
Regilvania trouxe as ações da rede nos próximos anos sob a luz da eclesialidade. Destaque para três pontos importantes de reflexão: 1. Com o aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza, como articular as ações desenvolvidas na área de produção de alimentos como forma de enfrentamento a essas questões? 2. Como se apropriar de estratégias de comunicação para reforçar quem somos e qual o projeto da Cáritas? 1. E ainda, como a economia popular solidária caminha conjuntamente com a convivência com o semiárido. Após o rico momento de debate, o primeiro dia do evento foi finalizado com a apresentação da síntese da avaliação de 2021.
Na quinta-feira(10), dando continuidade ao evento, a partir das Orientações Estratégicas, Áreas de Atuação e Estratégicas, os agentes foram divididos em grupos para discutir e refletir sobre as Comissões Regionais, validar e ajustar o planejamento das ações para o próximo biênio. Em decorrência do momento, a rede cearense determinou as seguintes áreas estratégicas para o período que se segue: Economia Popular Solidária (EPS) e Catadores, Infância, Adolescência e Juventude (IAJ), Convivência com o Semiárido, Voluntariado e Comunicação. Indicando ainda para a Cáritas Brasileira as áreas de: Economia Popular Solidária (EPS), Infância, Adolescência e Juventude (IAJ), Mulheres, Convivência com o Biomas, Gestão de Resíduos Sólidos e Magre.
Paulo César, presidente do Conselho Consultivo Regional ressalta a relevância desse espaço de avaliação e planejamento, “é um momento de consciência, onde a gente constrói as análises dos processos feitos, dos caminhos percorridos”. Assinalando os importantes caminhos traçados que guiarão as ações da Rede ao longo desses próximos anos, Paulo deu destaque à análise de conjuntura ressaltando que refletir sobre nossa realidade nos ajuda a construir as estratégias que orientarão as ações da Cáritas em campo.
“Saímos com um planejamento muito consciente, factível, algo que vai nos ajudar a colher melhores resultados. Com o coração repleto de esperança, apesar das dificuldades que já visualizamos, mas com certeza estamos saindo daqui com muita motivação para construir essa história no ano de 2022”, conclui Paulo César. No encerramento do evento, animados e fortalecidos pelo encontro, os agentes e as agentes da Rede Cearense seguiram de volta para suas dioceses na certeza de que ainda há muita luta pela frente, mas com ações bem planejadas e colaboração das equipes, seguiremos na construção da sociedade do Bem Viver.